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14 de Julho:

A Queda da Bastilha e os muros que ainda precisam cair.

14 de Julho:

Em 14 de julho de 1789, o povo de Paris tomou de assalto a Bastilha, uma prisão símbolo do autoritarismo da monarquia francesa. Foi mais que um ato contra um edifício: foi uma explosão de indignação contra os privilégios concentrados, a fome imposta e o silêncio forçado. Ali nascia o grito da Revolução Francesa, que ecoa até hoje com as palavras que moldaram a democracia moderna: liberdade, igualdade e fraternidade.

Mais de dois séculos depois, a Bastilha permanece como metáfora. Os muros da desigualdade, do racismo estrutural, da misoginia e do negacionismo ambiental ainda estão de pé — não como fortalezas medievais, mas como estruturas invisíveis e persistentes que travam o avanço social.

No Brasil, onde a liberdade foi tantas vezes sequestrada por interesses de poucos, a data nos convida à reflexão: que revoluções ainda precisamos fazer — nas ruas, nas urnas e, sobretudo, nas consciências? Quais as bastilhas do nosso tempo que precisamos derrubar para que a promessa de uma sociedade justa deixe de ser apenas uma bandeira agitada no calor das campanhas?

Hoje, lembramos que a liberdade não é um presente. É conquista diária. E que, para que haja fraternidade, precisamos reconhecer quem ficou do lado de fora dos muros do poder por séculos. A verdadeira democracia não teme o povo nas praças — ela nasce dele.

Valéria Monteiro.
Jornalista, fundadora do site valeriamonteiro.com.br
e ex-âncora da TV Globo e Bloomberg.

14 de jul. de 2025

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