“Uma Mulher Contra Hitler”

e o Preço da Neutralidade.
Marc Rothemund.
16 anos.
Assistir a Uma Mulher Contra Hitler (2005), disponível no Prime Video, é uma experiência que vai além da narrativa de resistência ao nazismo. O filme nos leva a um dilema moral que continua ecoando nos dias de hoje: o que significa ser apolítico diante da barbárie?
A história acompanha a trajetória de Sophie Scholl, uma jovem universitária que, em plena Alemanha nazista, ousou desafiar o regime. Ao lado de outros membros do grupo Rosa Branca, ela acreditava que a resistência era um dever moral, independentemente das consequências. Seu julgamento e execução não apenas expõem a brutalidade do totalitarismo, mas também levantam uma questão incômoda: onde estavam os outros?
Muitos alemães da época se declaravam “apolíticos”. Alguns por medo, outros por conveniência. O silêncio era uma forma de sobrevivência. Mas até que ponto a neutralidade é possível quando o horror se impõe? O filme nos obriga a confrontar essa pergunta e, inevitavelmente, a traçar paralelos com a atualidade.
Hoje, em tempos de polarização e crises democráticas, vemos novamente a ascensão do discurso “não me meto com política”. Mas será que essa apatia é apenas medo ou já se transformou em covardia? A coragem de ontem parece ser a covardia de hoje – e a história já nos mostrou onde isso pode levar.
Sophie Scholl escolheu não se calar. E nós? O que escolhemos?

Valéria Monteiro Jornalista.
1 de mar. de 2025
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