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Dexter: A Origem – Uma imersão cativante no nascimento de um anti-herói.

Já se passaram quase duas décadas desde que fomos apresentados a Dexter Morgan, o perito forense com um lado sombrio que conquistou (e desconcertou) o público. Agora, com Dexter: A Origem, voltamos no tempo para entender como nasceu esse personagem tão fascinante. E, depois de assistir à primeira temporada, posso dizer: o mergulho no passado de Dexter vale cada episódio.

Sem revelar spoilers, o que a nova série faz com maestria é humanizar — sem justificar — os dilemas do jovem Dexter. A ambientação dos anos 1990 não é apenas um detalhe estético: ela ajuda a contextualizar uma época em que conceitos como saúde mental, trauma e controle emocional ainda eram tratados de maneira superficial, o que torna a trajetória do personagem ainda mais impactante.

As atuações são um dos pontos altos da produção. Patrick Gibson, no papel do jovem Dexter, entrega uma performance contida e inquietante, sem tentar imitar Michael C. Hall, mas respeitando o espírito do personagem original. Ele constrói um protagonista cheio de camadas, ainda à deriva, e o faz com uma sutileza que merece destaque. Christian Slater, como Harry Morgan, é outro acerto. Com sua presença carismática e ao mesmo tempo ambígua, ele dá vida a um pai que, tentando proteger, talvez tenha criado um monstro — ou um justiceiro. O elenco coadjuvante também brilha, ajudando a dar densidade e humanidade à narrativa.

Para quem já conhece Dexter, A Origem oferece novas camadas e nuances que ajudam a compreender o personagem de forma mais profunda. Para quem nunca viu, pode ser uma introdução interessante ao universo — embora, aviso, ele não é para os fracos de estômago ou de espírito.

A série está disponível no Paramount+, com todos os episódios da primeira temporada já liberados. É uma boa oportunidade para maratonar com atenção aos detalhes, pois cada escolha de câmera, cor e trilha sonora contribui para esse retrato perturbador da origem de um anti-herói inesquecível.