
“O que eu vejo na minha geração sobre o uso da IA — e o que eu digo pra animar o pessoal”
Marcelo Giorgetti - 62 anos - Produtor de Áudio Publicitário e proprietário da MSG Audio Design.
16 de jun. de 2025
Olha, como alguém que já passou dos 60, fanático por tecnologia desde criança e que vem explorando esse mundo das inteligências artificiais desde o início da sua popularização, eu costumo prestar muita atenção nas reações do pessoal da minha idade — e até dos mais velhos — quando o assunto é IA.
A primeira coisa que noto é que, quando eu pergunto se já usaram alguma IA, muita gente responde que sim, que até testou.
Mas em seguida vem aquele “mas”:
– “Ah, mas não me animei.”
– “Prefiro fazer do meu jeito.”
– “Sou mais raiz.”
– “Não confio.”
– “Essas coisas me dão medo.”
– “Isso aí é perigoso.”
E de repente me pergunto: por que será que isso acontece tanto?
Eu arrisco citar alguns motivos que vão se somando.
Um deles é o desconhecimento mesmo. Muita gente ainda não sabe o que é essa tal de inteligência artificial. O seu verdadeiro conceito. E isso não acontece só na nossa idade, não — jovem também se confunde. Mas quando a gente é mais velho, vem aquela prudência que a vida ensinou, e aí a gente tende a ser mais cauteloso. Se ouve alguém falando mal da IA, a pessoa já trava. Mesmo sem saber se aquilo é verdade.
Outro ponto que percebo é o medo de errar. A tecnologia muda muito rápido, e isso assusta. Parece que, se a gente apertar o botão errado, vai explodir tudo (risos). Claro que não vai! Mas o receio de não conseguir acompanhar é real. E, sinceramente, dá pra entender.
E mais um ponto: a zona de conforto.
"Será que eu realmente preciso de alguma IA?"
A gente já está acostumado com nossas rotinas, nossos jeitinhos de resolver as coisas. E mudar dá trabalho, exige paciência — coisa que, às vezes, a gente sente que não tem mais.
Ah! E tem também aquela ideia de que tecnologia é "coisa de jovem". Como se a gente já tivesse passado da idade de aprender, de se atualizar. Isso aí eu faço questão de discordar! Porque, na real, o que a gente acumulou de experiência ao longo da vida é ouro puro. E isso faz toda a diferença quando a gente começa a usar essas ferramentas com mais consciência e sabedoria.
O que eu costumo dizer pra quem me pergunta — ou até pra quem não pergunta, mas eu puxo o assunto (porque sou desses!) — é o seguinte: ninguém precisa virar especialista nem mergulhar de cabeça. Uma conta gratuita do ChatGPT, por exemplo, já é mais do que suficiente. Ou uma dessas outras opções da mesma categoria, como o Gemini (do Google), o Grok (do Elon Musk), o Copilot (da Microsoft), o DeepSeek, entre outros. O YouTube tem milhares de tutoriais gratuitos que facilitam o aprendizado. Vai brincando. Vai testando. Tem muita ferramenta gratuita, fácil de mexer e que pode ajudar de verdade no dia a dia. Pode apostar que vai se surpreender — e ainda vai descobrir um monte de facilidades incríveis que fazem rapidinho aquelas tarefas chatas que antes levavam horas, deixando você com mais tempo livre pra focar no que realmente importa.
Aos pouquinhos, aquilo que parecia um bicho de sete cabeças vira um baita parceiro. A IA pode ajudar a escrever, organizar ideias, planejar uma viagem, fazer lista de compras, lembrar de tomar remédio e até ensinar receita de bolo da vovó.
No fim das contas, vale lembrar: nunca é tarde pra aprender algo novo. A curiosidade e a vontade de se reinventar são sempre bem-vindas.
Veja também:
https://www.valeriamonteiro.com.br/cienciaetecnologia/a-ia-inteligencia-artificial-nao-e-neutra