Festival do Rio 2025 e a noite do “Rei da Noite”
- Valéria Monteiro

- 11 de out.
- 4 min de leitura
O Festival do Rio, o mais importante da América Latina, termina neste domingo, 12 de outubro, após dez dias de exibições, encontros e debates que reafirmaram a força do cinema brasileiro. Entre os destaques desta edição, a estreia do documentário Ricardo Amaral – Rei da Noite reuniu, na noite de ontem, uma plateia de nomes conhecidos e outros discretos, mas igualmente influentes, em uma das sessões mais concorridas do festival.
O filme apresenta uma fotografia primorosa e uma narrativa leve, que reconstrói o universo de glamour, humor e irreverência que marcou o Rio de Janeiro das décadas passadas — um Rio que chegou a inspirar o mundo com seu estilo e modo de celebrar a vida.
A sessão teve clima de reencontro. Muitos espectadores reconheceram nas imagens lugares e pessoas que fizeram parte de uma era em que o entretenimento carioca era sinônimo de Ricardo Amaral e ditava comportamento, moda e sociabilidade no mundo todo. Rei da Noite é, ao mesmo tempo, registro e despedida desse tempo.
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Presenças e reconhecimentos
Entre os profissionais que contribuíram para o filme está minha filha, Vitória Monteiro, que integrou a equipe de pós-produção. Os comentários elogiosos de diretores, produtores e colegas sobre o trabalho dela me deixaram cheia de orgulho. Foram manifestações espontâneas, vindas de profissionais experientes, que a reconheceram como uma grande revelação.
É inevitável pensar que o pai dela, Paulo Ubiratan, de onde estiver, deve também se orgulhar desse reconhecimento.
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O festival e o retrato de um tempo
Rei da Noite fala de um Rio que já não existe, mas cuja energia ainda define parte da identidade cultural da cidade. Para o público mais jovem, o filme é um retrato histórico de um Brasil criativo e intenso, que se expressava por meio da convivência, da música, da festa — e dos excessos.
Esse diálogo entre o passado e o presente é uma das marcas do Festival do Rio 2025. O evento segue sendo um espaço de convergência entre gerações, estilos e perspectivas — e de resistência de um cinema que, apesar das dificuldades, continua a produzir obras de qualidade e relevância.
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O encerramento deste domingo marca o fim de mais uma edição sólida e vibrante. Mas a sessão de ontem, com Rei da Noite, já resumiu bem o espírito do festival: o encontro entre memória, arte e o olhar de quem segue acreditando no poder do cinema.

Inglês:
Rio Film Festival 2025 and the Night of “The King of the Night”
The Rio Film Festival, the most important in Latin America, comes to an end this Sunday, October 12, after ten days of screenings, panels, and debates that reaffirmed the strength of Brazilian cinema. Among the highlights of this edition, the premiere of the documentary Ricardo Amaral – King of the Night brought together, last night, an audience of well-known figures and others more discreet yet equally influential, in one of the festival’s most crowded sessions.
The film features exquisite cinematography and a light, fluid narrative that rebuilds the world of glamour, humor, and irreverence that defined Rio de Janeiro in past decades — a Rio that once inspired the world with its style and its way of celebrating life.
The screening had the atmosphere of a reunion. Many viewers recognized in the images the places and faces that belonged to an era when Rio’s nightlife and entertainment were synonymous with Ricardo Amaral — a time when the city dictated behavior, fashion, and sociability far beyond Brazil’s borders. King of the Night is both a record and a farewell to that world.
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Presence and Recognition
Among the professionals who contributed to the film is my daughter, Vitória Monteiro, who was part of the post-production team. The kind words from directors, producers, and colleagues about her work filled me with pride. They were spontaneous remarks from seasoned professionals, who recognized in her a remarkable new voice within the field.
It’s impossible not to think that her father, Paulo Ubiratan, wherever he may be, must also feel proud of that recognition.
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The Festival and the Portrait of a Time
King of the Night portrays a Rio that no longer exists, yet whose energy continues to define much of the city’s cultural identity. For younger audiences, the film serves as a historical portrait of a creative and vibrant Brazil, one that expressed itself through togetherness, music, celebration — and excess.
This dialogue between past and present is one of the hallmarks of the 2025 Rio Film Festival. The event remains a space for convergence across generations, styles, and perspectives — and a symbol of the resilience of a national cinema that, despite challenges, continues to produce work of quality and relevance.
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The festival’s closing this Sunday marks the end of another solid and vibrant edition. But last night’s screening of King of the Night already captured its essence: the meeting point between memory, art, and the enduring belief in the power of cinema.
Festival do Rio 2025 e a noite do “Rei da Noite”.
Por Valéria Monteiro.
Jornalista, fundadora do site valeriamonteiro.com.br
e ex-âncora da TV Globo e Bloomberg.


Parabéns para Vitória que herdou do pai eda mãe uma excelente genética e ela absorveu tudo e aprimorou com seu talento. 👏 Iza Borgonovi Tauil
Parabéns por esse documentário, e pela sua Filha Vitória, que puxou seu talento, e sensibilidade para valorizar de fato, o que é arte de verdade. E como você mesmo disse, o Rio bonito, de paz, sem violência e sem criminosos não existe mais. E vi através do filme "Rio, Verão e Amor", que o Rio era elegante e lindo de fato. Infelizmente esse tempo não volta mais. E obrigado Valéria, por sempre estar nesse blog e em nossas vidas. Abraços