A Páscoa sempre me pareceu uma mistura fascinante: um pouco de fé, um tanto de tradição, muitos chocolates e uma boa dose de confusão histórica.

Afinal, estamos falando de uma celebração que nasceu da libertação do povo hebreu, foi transformada pela ressurreição de Jesus e, em algum momento, incorporou coelhos e ovos de antigas festas pagãs — tudo isso agora embalado em papéis coloridos de chocolate.

Cresci com raízes católicas e espíritas, trilhei caminhos judaicos, e ao longo da vida, encontrei na meditação, no yoga e na filosofia budista outras formas de inspiração. Com o tempo, percebi que o mais bonito da Páscoa não está em tentar entender tudo, mas em sentir o que ela desperta: o impulso de renovar, de recomeçar, de abrir espaço para o que ainda pode florescer.

Tenho profunda admiração pelos ensinamentos de Jesus — um legado de amor, coragem e compaixão que atravessa religiões e resiste ao tempo.

Para mim, a Páscoa é isso: um feriado cheio de felicidade, onde o chocolate derrete na boca e a alma — quem sabe? — derrete um pouco também, criando espaço para o novo.

Que a sua Páscoa seja doce, imperfeita, cheia de risadas e, principalmente, cheia de esperança, porque a vida, no fundo, é essa dança de recomeços que a gente aprende a amar — mesmo nas suas deliciosas confusões.

Feliz Páscoa!

Inglês:

Easter has always seemed to me like a fascinating blend: a bit of faith, a dash of tradition, plenty of chocolate, and a generous dose of historical confusion. After all, we’re celebrating an event that began with the liberation of the Hebrew people, was transformed by the resurrection of Jesus, and somehow welcomed rabbits and eggs from ancient spring festivals — all now wrapped in colorful chocolate foil.

I grew up with Catholic and Spiritist influences, walked a few steps along the Jewish path, and along the way, found deep inspiration in meditation, yoga, and Buddhist philosophy. Over time, I realized that the true beauty of Easter isn’t about trying to understand everything — it’s about feeling what it stirs in us: the impulse to renew, to begin again, to open space for whatever is ready to bloom.

I hold a deep admiration for the teachings of Jesus — a legacy of love, courage, and compassion that transcends religions and stands the test of time.

To me, Easter is just that: a happy holiday where chocolate melts in your mouth and — who knows? — maybe the soul melts a little too, making room for something new.

May your Easter be sweet, imperfect, full of laughter, and, above all, full of hope — because life, at its heart, is this dance of new beginnings that we learn to love, even amid its delightful confusions.

Happy Easter!

A Páscoa sempre me pareceu uma mistura fascinante: um pouco de fé, um tanto de tradição, muitos chocolates e uma boa dose de confusão histórica.

Valéria Monteiro Jornalista.