top of page

Estilo de vida ou vitrine de consumo?

Hoje, “estilo de vida” virou vitrine.

Pratos coloridos demais (graças a corantes que o fígado dispensa), cheiros intensos (de aromatizantes que os pulmões não aprovam), produtos que “não estragam” — porque, ironicamente, já vêm nos estragando por dentro.


Enquanto isso, a ciência insiste no essencial:


🧬 O que significa viver bem, de verdade?

• Comer comida de verdade — aquela que apodrece porque é viva — ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.

• Evitar corantes, aromatizantes e conservantes artificiais reduz inflamações, desequilíbrios hormonais e distúrbios digestivos.

• Dormir bem, caminhar com frequência, cultivar vínculos afetivos e cuidar da saúde mental são práticas associadas à longevidade — e ao bem-estar real, sem marketing envolvido.


📸 Mas isso… não dá likes.


Não se vende vínculo afetivo em cápsulas.

Nem descanso em potes com tampa dourada.


Por isso, o mercado nos oferece uma outra ideia de “vida boa”:

Aquela que transforma excesso em status e cansaço em performance.


❓ A quem interessa essa confusão?

A quem lucra com a pressa.

Com o medo de envelhecer.

Com a promessa de parecer saudável — sem precisar estar.

Estilo de vida ou vitrine de consumo? por Valéria Monteiro

🌿 Viver bem não precisa de espetáculo.


Pode — e deve — ser:

• Silencioso

• Gentil

• Profundamente nutritivo


Com:

✔ Afeto verdadeiro

✔ Alimento que nutre

✔ Tempo que importa

✔ Escolhas que respeitam o corpo e o planeta


✨ O verdadeiro luxo?


Sentir-se bem.

Com saúde, leveza — e a autonomia de quem escolhe com consciência, não com pressa.


Penso nisso tudo enquanto observo, quase com reverência, as últimas borrifadas do meu perfume preferido —

um adeus discreto, desses que só quem já converteu dólar no free shop compreende.


O frasco promete “madeira do Himalaia”.

E eu, que jamais escalaria o Himalaia,

me vejo inalando — feliz — um composto de aromatizantes e conservantes

que, ironicamente, oferecem riscos parecidos.


Talvez o paraíso esteja mais próximo de quem não precisa perfumar o perigo.

Especialmente se entender que menos pode ser, no fim das contas, a fragrância mais segura de todas.


Gostou?

Compartilhe com quem também anda repensando o que significa viver bem.


Estilo de vida ou vitrine de consumo?

Valéria Monteiro.

Jornalista, fundadora do site valeriamonteiro.com.bre

ex-âncora da TV Globo e Bloomberg.

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page