Estilo de vida ou vitrine de consumo?
- Valéria Monteiro

- 29 de jul.
- 2 min de leitura
Hoje, “estilo de vida” virou vitrine.
Pratos coloridos demais (graças a corantes que o fígado dispensa), cheiros intensos (de aromatizantes que os pulmões não aprovam), produtos que “não estragam” — porque, ironicamente, já vêm nos estragando por dentro.
Enquanto isso, a ciência insiste no essencial:
🧬 O que significa viver bem, de verdade?
• Comer comida de verdade — aquela que apodrece porque é viva — ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.
• Evitar corantes, aromatizantes e conservantes artificiais reduz inflamações, desequilíbrios hormonais e distúrbios digestivos.
• Dormir bem, caminhar com frequência, cultivar vínculos afetivos e cuidar da saúde mental são práticas associadas à longevidade — e ao bem-estar real, sem marketing envolvido.
📸 Mas isso… não dá likes.
Não se vende vínculo afetivo em cápsulas.
Nem descanso em potes com tampa dourada.
Por isso, o mercado nos oferece uma outra ideia de “vida boa”:
Aquela que transforma excesso em status e cansaço em performance.
❓ A quem interessa essa confusão?
A quem lucra com a pressa.
Com o medo de envelhecer.
Com a promessa de parecer saudável — sem precisar estar.

🌿 Viver bem não precisa de espetáculo.
Pode — e deve — ser:
• Silencioso
• Gentil
• Profundamente nutritivo
Com:
✔ Afeto verdadeiro
✔ Alimento que nutre
✔ Tempo que importa
✔ Escolhas que respeitam o corpo e o planeta
✨ O verdadeiro luxo?
Sentir-se bem.
Com saúde, leveza — e a autonomia de quem escolhe com consciência, não com pressa.
Penso nisso tudo enquanto observo, quase com reverência, as últimas borrifadas do meu perfume preferido —
um adeus discreto, desses que só quem já converteu dólar no free shop compreende.
O frasco promete “madeira do Himalaia”.
E eu, que jamais escalaria o Himalaia,
me vejo inalando — feliz — um composto de aromatizantes e conservantes
que, ironicamente, oferecem riscos parecidos.
Talvez o paraíso esteja mais próximo de quem não precisa perfumar o perigo.
Especialmente se entender que menos pode ser, no fim das contas, a fragrância mais segura de todas.
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Estilo de vida ou vitrine de consumo?



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